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segunda-feira

"Quero estar com 70 anos fazendo Stand Up com qualidade e envelhecer com alegria"


Nome artístico: Marcelo Di Morais
Qual sua área de atuação no teatro?
Ator, mas só faço mesmo Stand Up Comedy e agora 2 pantomimas, já evolui!
Há quanto tempo trabalha na área?
Pouco mais de 3 anos.
Em quantos espetáculos já trabalhou? (Pode citar alguns, se desejar)
Primeiro fiz o Stand Up Di Agua ao Vinho. Depois fiz Open Mico, Despirocando, Dieta à Portuguesa e agora estou com o Comédia com Tudo e o meu solo, Eu sou assim mas sou Legal.
Está em cartaz no momento? Se sim, com qual ou quais espetáculos?
Apenas com Comédia com Tudo, no Teatro Ruth Escobar.
Como você vê a situação atual do teatro?
Agora é chic chamar alguém para ir ao teatro. É chic e mais barato do que qualquer balada, pelo menos na cidade de São Paulo. Mas ainda assim só funcionam os shows de comédia e alguns espetáculos mais tradicionais, ou nos quais por ventura haja um ator de tv atuando.
Como e quando tomou a decisão de se profissionalizar nessa área?
Depois de uns 4 anos estudando o gênero de humor que mais me identifico que é o stand up, e ter feito alguns testes com participação em vários shows para saber se era isso mesmo que eu queria e se tinha mesmo a ver comigo. Sempre me preocupei com a plateia, acho uma merda humorista que estraga a plateia e ainda acha que é bom fazer isso, e em São Paulo tem bastante isso. No resto do Brasil também tem, mas aqui pelo oportunismo tem mais.
Já vivenciou algo inusitado no trabalho? Pode nos contar a experiência?
Já sim. Numa apresentação no Teatro Bibi Ferreira eu fiz uma piada que estava em meu texto baseada na vida particular de um cliente de outro negócio que eu tenho, e não sabia que neste dia ele foi me fazer uma surpresa e acabou sendo ele o surpreendido. E o pior foi que antes de terminar a piada ele soltou uma risada muito alta, que tornou impossível continuar a piada. Somente neste dia a plateia riu sem entender nada…. E claro, quando o avistei tive que entregá-lo!
Como qualificaria um bom profissional de sua área?
Aquele que faz de fato piada de tudo que envolve o seu cotidiano. O Stand Up Comedy não conta piadas de outros humoristas, não faz piadas que já estão publicadas em redes sociais. É um gênero onde falamos de nós mesmos ou da nossa visão de cotidiano, sem adereços, 100% de cara limpa. Nós jamais poderemos ser co-autores dos textos que interpretamos, sempre os autores. Por isso a minha resposta na pergunta 2, tem muito malandro se achando humorista, inclusive gente já com muitos anos de teatro. Lamentável.
Qual foi a posição de seus familiares ao saberem a qual profissão você gostaria de se dedicar e como encaram isso até hoje?
Eles até hoje não sabem ao certo o que é isso. Ainda nem sabem que são motivos de piadas em meu show. Sorte minha!
Há alguém que lhe inspira como profissional? Quem e por que?
Fora do Brasil, Adam Sandler. No Brasil, Marcelo Mansfield, Rafinha Bastos, Danilo Gentilli e Carol Zocolli.
Você se sente realizado profissionalmente?
Muito realizado, no palco eu já fiz o que queria. Agora me divirto muito e sou muito feliz com o que faço. Graças a Deus.
Quais suas metas de crescimento profissional? Onde ainda quer chegar?
Quero sempre me manter em cartaz. Quero estar com 70 anos fazendo Stand Up com qualidade e envelhecer com alegria.
Cite um trabalho que lhe marcou e conte-nos o porquê.
Foi uma apresentação que fiz no teatro Riachuelo, em Natal, para um evento de uma grande montadora. Foi muito emocionante e duro de conter a emoção. Com pouco mais de 900 pessoas rindo das piadas que foram escritas por mim, me senti um compositor de musica quando a escuta no rádio. Foi a sensação de que Deus ouviu minhas orações. Feliz! Depois voltei mais 4 vezes para realizar o mesmo show na mesma cia.
Qual o maior apuro que já passou profissionalmente?
Ainda não passei por apuros, Graças a Deus. Talvez a maior decepção foi quando fiz um show no Teatro Ruth Escobar, dia 8 de Dezembro, semana do meu aniversário, com grandes amigos, e simplesmente não tinha microfone pra entrar no palco. Atrasamos o show em 1 hora por conta disso. Foi muito decepcionante. Mas já passou, que dizer, quase passou, porque acabei de lembrar. Mas a culpa não foi da administração do teatro, e sim de alguns elementos que Graças a Deus não trabalham e jamais trabalharão comigo. Alguns ainda até circulam pelo teatro enganando outros. Lamentável.
Como concilia sua vida pessoal com os horários incomuns que a profissão exige?
Ah, quando amamos e queremos existe tempo pra tudo. Pra ser humorista tem que ter “time”, tendo time pra piada, tem “time” pra vida.
Alguma vez já pensou em mudar de carreira? Se sim, por que continuou na área?
Não, jamais!
Houve algum trabalho do qual não participou, mas gostaria muito de ter realizado? Qual? E por que?
Não, não tive nada assim tão grande perto de mim que não aconteceu. Ainda não, quem sabe amanhã?
Teve ajuda de algum outro profissional da área no início da carreira? Pode contar de quem foi essa ajuda?
Sim e muita, do meu grande amigo que considero muito, que é o Rafael Cortez. E atualmente o grande amigo também Mineirinho de Maceió.
Qual seu maior receio no palco?
Passar mais de 2 minutos sem risadas no show. Ufa, ainda não aconteceu.. Mas pode acontecer, é natural, mas estamos evitando este momento.
Qual sua maior dificuldade em cena?
Me concentrar no texto, porque o improviso nos empolga muito, mas é show também.