.

.

terça-feira

A importância da Comunicação na Lei Anticorrupção

A Lei Anticorrupção, em vigor desde 29 de janeiro, vai ter impacto direto na Comunicação das empresas brasileiras. Mesmo ainda não regulamentada por decreto federal, a lei deve mudar comportamentos, pois tem caráter inovador, ao responsabilizar uma empresa por atos de corrupção praticados por seus funcionários. 

Preparando-se para a nova realidade, muitas empresas já adotam programas de compliance. E é aí que têm papel fundamental a comunicação interna e o endomarketing. Para que programas de compliance, ou conformidade, funcionem bem, é preciso que todos os funcionários estejam informados sobre seus princípios e mecanismos e comprometidos com eles. 

A nova lei, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em agosto, prevê atenuantes, se a empresa comprovar ter programa de compliance e fizer acordo de leniência, ou seja, se colaborar com as investigações. Nesse caso, a Comunicação deverá tratar do posicionamento da empresa perante os públicos, como destaca o advogado Leonardo Ruiz Machado, do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice.

Especialistas preveem ainda alguma incerteza em relação à lei por conta da responsabilidade sobre sua aplicação, nos Estados e municípios. Machado aponta risco de insegurança jurídica em razão da inexistência de um único órgão responsável pela aplicação da lei, como o Cade no âmbito concorrencial. 

De qualquer modo, a lei, que foi elaborada inicialmente por pressão da OCDE, responde aos anseios da população demonstrados nas manifestações de junho de 2013 e representará um marco nas relações empresa-governo no País.