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quinta-feira

#Saúde: Asma e gravidez, evite complicações


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A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, caracterizada pelo estreitamento generalizado dos brônquios.  Com caráter genético, ela é resultado de mutações nos genes e pode ser desencadeada por diversos fatores, especialmente os alérgicos. Embora não tenha cura, com o tratamento correto é possível obtenção de controle adequado.

De acordo com a dra. Regina Maria de Carvalho Pinto, presidente da Comissão de DPOC da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), de 4% a 8% das mulheres gestantes possuem asma e é importante que façam o acompanhamento da doença com um especialista.

Por ser uma doença que na grande maioria das vezes tem início na infância, o comum é que as mulheres já a possuam antes do período gestacional. A gravidez não aumenta a incidência de asma, mas fatores comuns, mesmo fora do período gestacional, como rinite, sinusite, doença do refluxo gastroesofágico, infecções virais e fatores emocionais podem precipitar os sintomas durante a gravidez. Além disso, o aumento do volume do útero pode causar sintomas semelhantes ao da asma, especialmente a falta de ar..

À medida que o volume do útero aumenta, especialmente no final da gravidez, o diafragma fica mais elevado, ocasionando redução da capacidade respiratória, que associada ao aumento da ventilação fisiológica da gravidez, causa sensação de falta de ar. É importante que a gestante e o médico
consigam diferenciar os sintomas da asma, das alterações físicas decorrentes da gravidez”, afirma.

Tenho asma, o que fazer?

O acompanhamento médico é essencial para que a mulher saiba distinguir os sintomas da asma das implicações ocasionadas pela gravidez. O tratamento de manutenção da doença é realizada por meio de medicamentos como bronco dilatadores e corticóides inalados, além de medicação de resgate. A via inalada é a preferencial, através de dispositivos, popularmente conhecidos como “bombinhas”.

Esteja a mulher grávida, ou não, o tratamento é extremamente importante, bem como o acompanhamento, mesmo nos períodos sem crises. No caso da gravidez, as consultas periódicas devem ser mantidas para novas orientações relacionadas à asma e à gestação.

Apesar dos sintomas poderem se tornar mais evidentes durante gestação, os números mostram que o período não é um agravante para a doença, já que 1/3 das pacientes asmáticas continua tendo a asma no mesmo nível de controle de antes da gestação, 1/3 apresentam melhora no quadro e apenas 1/3 demonstram piora da asma durante a gravidez, revela a médica pneumologista.

Riscos para a mãe e para o bebê

Mesmo que a gestação não seja considerada um agravante, é preciso controlar a doença para evitar consequências como a pré-eclâmpsia - problema caracterizado pelo aumento da pressão arterial sistêmica no ultimo trimestre da gravidez -, partos prematuros e baixo peso da criança ao nascer.

Sem este acompanhamento, as crianças podem se desenvolver menos durante a gravidez, aumentando a possibilidade de nascimento abaixo do peso ideal e de sofrer complicações metabólicas e respiratórias por conta disso.

Segundo a dra. Regina Maria, fazer o acompanhamento com um profissional reduz os riscos tanto para a gestante quanto para o bebê, evitando possíveis efeitos colaterais decorrentes da medicação e propiciando uma gravidez mais estável e o nascimento de criança mais saudável.

“A asma precisa ser tratada mesmo durante a gravidez. Infelizmente alguns médicos e pacientes têm a cultura de suspender medicamentos durante a gravidez, e isso não deve ocorrer nos casos de asma. O tratamento, quando bem indicado, é seguro e a gestante deve passar por acompanhamento médico para receber as orientações necessárias e garantir a própria saúde e a saúde do feto”, alerta.